GEMIP https://www.gemip.com.br Grupo de Estudos em Manejo Integrado de Pragas. Sun, 14 Jun 2020 17:09:31 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.0.22 Projeto Entomologia & Zoologia na Escola: 6 anos contribuíndo com a Educação. https://www.gemip.com.br/?p=734 https://www.gemip.com.br/?p=734#respond Thu, 04 Jun 2020 03:47:48 +0000 http://localhost/gemip/?p=734

De modo geral, a fauna de insetos e, de outros grupos zoológicos, é pouco conhecida pela população, por vezes limitada aos grupos domésticos ou ligados a doenças humanas. Esse desconhecimento, no entanto, é acompanhado de uma enorme curiosidade a respeito do assunto. Apesar dos animais serem importantes tanto em ambiente urbano como silvestre, o estudo desses organismos é relegado na escola às informações básicas, sem que os alunos tenham contato mais próximo com a contribuição deles para o equilíbrio das relações animais no meio ambiente.

Nesse cenário, sob a coordenação dos professores Dr. Anderson Gonçalves da Silva e Dra Andréa Bezerra de Castro, o projeto “Entomologia & Zoologia na Escola” foi concebido no ano de 2014, com o intuito de confeccionar e doar coleções entomológicas e zoológicas, além de oferecer treinamentos sobre o tema para professores e alunos de escolas públicas de ensino fundamental e médio do estado, bem como a participação em feiras de ciências, eventos agropecuários e escolares, por meio da confecção de materiais didáticos (painéis, folders, oficinas, etc.); desvelando junto ao público informações sobre a relação dos animais com o homem e o meio ambiente. O referido material didático é elaborado pela equipe do projeto e alunos das disciplinas de Entomologia e Zoologia da UFRA campus Paragominas e Belém. O projeto é uma ação do GEMIP (Grupo de Estudos em Manejo Integrado de Pragas), está cadastrado na UFRA como projeto de Extensão, e vinculado também ao PGAGRO (Programa de Pós Graduação em Agronomia).

A coleção é organizada segundo parentesco evolutivo dos organismos (filogenia) e sua atuação na natureza (pragas urbanas, agrícolas, insetos benéficos, polinizadores, vetores de doenças, indicadores biológicos, etc.), o que possibilita a ampliação do conhecimento da população sobre a diversidade e distribuição dos grupos. Essas ações atuam estimulando o contato direto dos estudantes e população em geral, sobre a vida e contribuição para o mundo dos animas, facilitando a fixação do conhecimento.

Neste período, foram oferecidos pelo PROJETO cursos para alunos e professores de Ciências Naturais, Biologia e Ciências Agrárias, ministrado por professores envolvidos no grupo de pesquisa e bolsistas, além de distribuídas mais de 90 coleções zoológicas; aproximando os estudantes do ensino fundamental e médio dessa linha de estudo (e da própria universidade), e ajuda a desmistificar informações tradicionalmente negativas referentes ao estudo dos insetos e demais grupos animais. Como complemento temos organizada uma Coleção Entomológica Demonstrativa fixa na UFRA, para que grupos escolares tenham acesso as informações e contato direto com os animais e, tratadas de maneira científica, traduzidas para uma linguagem mais acessível e lúdica à população.

Algumas atividades e participações do Projeto:

COLEÇÕES PARA VISITAÇÃO NA UFRAVisita da Escola Rural Conto de Fadas, da Colônia Oriente de Paragominas (2018).Fonte: Acervo do Projeto (2018)
FEIRA DE CIÊNCIAS EM PORTELFeira de Ciências do Rio Acutipereira.Fonte: Acervo do Projeto (2017)

Indo para sua IV edição, a feira é realizada anualmente no município de Portel, Marajó / Pará. Reuni escolas do ensino fundamental e médio do município, principalmente ribeirinhas. Além dos vários parceiros envolvidos, destacamos o PET Floresta, sob tutoria da Prof. Dra. Gracialda Ferreira, a feira é um importante momento para troca de experiencias e vivência universitária. Chegada à comunidade Santo Ezequiel Moreno, sempre com emoção (2017).

FEIRA DE CIÊNCIAS EM PORTELPrimeira Feira de Ciências (Portel)Fonte: Acervo do Projeto (2017)
FEIRA DE CIÊNCIAS EM PORTELColeções entregues como premiação aos melhores projetos da feira. Escola: Deus Está Comigo. Rio: Acultipereira; Localidade Quilombola: São Tomé Tauçú (2017).Fonte: Acervo do Projeto (2017)
COLEÇÕES DOADAS PARA ÓRGÃOS E INSTITUÇÕESBatalhão de Polícia Ambiental - BPA/PMPA: Para uso em suas atividades de educação ambiental junto às comunidades. Equipe envolvida no Projeto.Fonte: Acervo do Projeto (2020)
PARTICIPAÇÃO EM FEIRAS AGROPECUÁRIASFonte: Acervo do Projeto (2019)

Participação em Feiras – Stand da UFRA na Show Agro: Maior feira do agronegócio do estado, realizada anualmente no município de Paragominas (no primeiro semestre). Momento importante para divulgação da universidade e de nossos cursos.

PARTICIPAÇÃO EM FEIRAS AGROPECUÁRIASProfessor Anderson da Silva expondo o Projeto (sempre muito bem vestido).Fonte: Acervo do Projeto (2019)
SEMANA DE MEIO AMBIENTE DE PARAGOMINASOrientados em Exposição do Projeto. Cristiano França e Kevin Baia.Fonte: Acervo do Projeto (2018)
SEMANA DE MEIO AMBIENTE DE PARAGOMINASVisitação do projeto.Fonte: Acervo do Projeto (2018)
COLEÇÕES PARA VISITAÇÃO NA UFRAVisita da escola Universo Infantil, em Paragominas.Fonte: Acervo do Projeto (2017)
FEIRA DE CIÊNCIAS EM PORTELEstudantes curiosos prestando atenção na aula da prof. Gracialda FerreiraFonte: Acervo do Projeto (2017)
FEIRA DE CIÊNCIAS EM PORTELColeções entregues como premiação aos melhores projetos da feira. Escola: Ezídio Maciel - Rio: Acultipereira: Localidade: Boa Vista.Fonte: Acervo do Projeto (2017)
FEIRA DE CIÊNCIAS EM PORTELComprometido estagiário de Portel, Manoel Neto.Fonte: Acervo do Projeto (2017)
COLEÇÕES DOADAS PARA ÓRGÃOS E INSTITUÇÕESCoordenador do Projeto, Prof. Anderson, recebendo uma lembrança do Batalhão de Polícia Ambiental - BPA/PMPA, Coronel Mário Zagalo.Fonte: Acervo do Projeto (2020)

PARTICIPAÇÃO EM FEIRAS AGROPECUÁRIASFonte: Acervo do Projeto (2019)
Participação em Feiras – AGROPEC: Feira Agropecuária do Município de Paragominas: realizada anualmente no município (no segundo semestre). Momento importante para divulgação da universidade e de nossos cursos. Orientados Elizeu Montero e Renato Camelo.

SEMANA DE MEIO AMBIENTE DE PARAGOMINASSemana de Meio Ambiente de Paragominas: Realizada anualmente, em parceria com a Hydro. Equipe expondo o projeto.Fonte: Acervo do Projeto (2018)
SEMANA DE MEIO AMBIENTE DE PARAGOMINASExemplares de Coleções doadas: de insetos, patas, ovos, crustáceos, conchas, penas, escamas, peles, repteis, anfíbios, animais taxidermizados, etc.Fonte: Acervo do Projeto (2018)
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Encontro virtual discute técnicas para publicações científicas https://www.gemip.com.br/?p=19 https://www.gemip.com.br/?p=19#respond Thu, 04 Jun 2020 03:25:29 +0000 http://sw-themes.com/porto_dummy/?p=19

A publicação de artigos em revistas ou periódicos é uma parte importante do processo de estudo de acadêmicos e pesquisadores. Nos dias 15 e 16 de julho será realizado, de forma online, o I Encontro Brasileiro de Editores de Entomologia, evento  que apresentará dicas e técnicas para elaboração de publicações científicas. As inscrições gratuitas estão abertas, em segundo lote, até 31 de maio.

O evento virtual tem como público-alvo estudantes e editores de revistas científicas, não só da área de Entomologia, mas de todas as áreas do conhecimento. O objetivo é auxiliar outros editores mais jovens, propiciar condições para publicação de artigos científicos, com rigor técnico e acadêmico, além de auxiliar editores no processo de internacionalização das revistas da área de Entomologia.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Acre, Rodrigo Santos, membro da comissão organizadora, o Encontro evento é uma importante oportunidade para a troca de experiências entre editores científicos de periódicos nacionais. “serão debatidos temas comuns a editores de periódicos científicos de todas as áreas. A proposta é melhorar a qualidade e nível de abrangência dos artigos, principalmente internacionalmente. O evento também visa à discussão pela comunidade acadêmica (professores, pesquisadores e estudantes) sobre temas de importância para a pós-graduação e com potencial para a publicação científica”.

Em meio à pandemia, o evento será realizado à distância e, inicialmente, reuniria apenas editores de periódicos científicos nacionais, mas tomou uma proporção mais ampla, com a participação de estudantes e palestrantes com diversos temas de interesse editoriais e acadêmicos, possibilitada pelo formato virtual.

“A ideia era realizar esse evento de forma presencial, durante  o XXVIII Congresso Brasileiro de Entomologia. No entanto, devido ao adiamento desse Congresso, tivemos a ideia de fazer um encontro online. As expectativas são altas, pois é um evento pioneiro. Estamos todos entusiasmados e esperamos que contribua tanto no âmbito editorial científico, quanto acadêmico”, afirma Rodrigo.

A participação no Encontro terá emissão de certificado digital. Para realizar a inscrição, conferir a programação e obter mais informações acesse aqui.

Priscila Viudes (Mtb-030/MS)
Embrapa Acre

Contatos para a imprensa

Telefone: (68) 99933-4412

Colaboração: Maria Fernanda Arival
Embrapa Acre

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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https://www.gemip.com.br/?feed=rss2&p=19 0
Mercado de defensivo biológico cresce 20% ao ano https://www.gemip.com.br/?p=714 https://www.gemip.com.br/?p=714#respond Thu, 04 Jun 2020 03:04:46 +0000 http://localhost/gemip/?p=714
 O controle biológico não deixa resíduos nos alimentos e os produtos com ativos microbiológicos são de baixa toxicidade ao aplicador e pouco perigosos ao meio ambiente. São fundamentais para o Manejo Integrado de Pragas, atuando sobre as pragas de forma sinérgica com os defensivos químicos, favorecendo assim o seu controle e o equilíbrio do ambiente.

Perspectiva

Estima-se que a indústria de biocontrole esteja crescendo cinco vezes mais rápido que a indústria de defensivos convencionais no mercado global. A tendência é que este segmento cresça nos próximos anos entre 15 a 20% do mercado total de defensivos agrícolas no Brasil.

No mercado internacional, estudos apontam que o controle biológico cresce a uma taxa de 16% ao ano. Os biodefensivos tem uma expectativa de crescimento robusto pelos seguintes motivos:

  • Nova mentalidade do setor produtivo – o Manejo Integrado de Pragas cresce num ritmo acelerado e os defensivos biológicos são primordiais neste sistema.
  • Oferta limitada de novas moléculas – a química convencional está esgotada, e são pouquíssimas as moléculas novas em fase de registro.
  • Foco em uma agricultura mais sustentável – busca por produtos menos tóxicos ao meio ambiente e ao homem.
  • Evolução da resistência das pragas aos produtos sintéticos – uso de defensivos biológicos estendem a vida útil de produtos sintéticos e do controle pela transgenia.
  • Avanços tecnológicos oferecem caminho para o desenvolvimento potencial de produtos biológicos mais eficientes.
  • Menos burocracia – a pressão regulatória pela gestão de resíduos favorece a aprovação de produtos mais seguros e naturais. Autoridades regulatórias adotando avaliações mais restritivas e limitando os registros de defensivos químicos.
  • Aumento da demanda do consumidor e supermercados (busca por produtos com resíduos zero).
  • Aumento de estudos de compatibilidade, de pesquisa e desenvolvimento favorece o uso dos defensivos biológicos junto com os defensivos sintéticos, convencionais.
  • Evolução contínua da escala de produção e métodos de aplicação.

Soluções

Atualmente já existem defensivos biológicos que podem ser utilizados em conjunto para o controle das principais pragas de lepidópteras que atacam a soja, o milho, o algodão, a cana-de-açúcar e diversas culturas hortigranjeiras.

Espécies como Helicoverpa armigera, Helicoverpa zea, Heliotis virescens, Spodoptera frugiperda, Chrysodeixis includens, Anticarsia gemmatalis e Diatrea saccaralis, cujas lagartas atacam diversas destas culturas, podem ser perfeitamente controladas por defensivos microbiológicos associados à liberação de inimigos naturais, sem que uma única gota de defensivo químico precise ser utilizada.

Há, ainda, soluções integradas para controle de broca do café e de pragas florestais, por exemplo.

Opções biológicas

Os agentes biológicos de controle são compostos por organismos vivos que se dividem em:

  • Microbiológicos: microrganismos como vírus, fungos entomopatogênicos, fungos antagonistas, bactérias entomopatogênicas, bactérias antagonistas, ou;
  • Macrobiológicos: macro-organismos que atuam como parasitoides ou predadores e constituem uma estratégia eficaz nos programas de manejo de pragas, em diversas culturas. Nematoides entomopatogênicos, os nematoides do bem também são classificados como macrobiológicos.

Os agentes biológicos de controle acima citados passam por processos de formulação visando manter o microrganismo, ou macro-organismo em uma forma física mais efetiva com respeito à atividade biológica, estocagem e aplicação. Eles estão disponíveis na forma granulada, em suspensão concentrada, pó molhável WP, em cartela contendo ovos parasitados, em cápsula contendo microvespas, etc.

Para os macrobiológicos são comercializados ovos, pupas, larvas e insetos vivos. Nos microbiológicos são comercializados esporos, hifas, estruturas de resistência, bactérias, etc.

Eficiência

Por sua versatilidade de modo de ação, em alguns casos, ou em outros, ao contrário, pela sua alta especificidade, tanto os macro como os microrganismos são altamente eficientes. Além de serem uma ferramenta para o manejo de resistência de populações, sua ação, em geral, favorece os inimigos naturais, que podem, em alguns casos, contribuir com o controle adicional.

Fonte: http://www.revistacampoenegocios.com.br/mercado-de-defensivo-biologico-cresce-20-ao-ano/

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https://www.gemip.com.br/?feed=rss2&p=714 0
Considerações sobre insetos pragas em sistemas agroflorestais https://www.gemip.com.br/?p=729 https://www.gemip.com.br/?p=729#respond Wed, 03 Jun 2020 03:31:43 +0000 http://localhost/gemip/?p=729

1. Sistemas Agroflorestais (SAF´s)

Os Sistemas Agroflorestais (SAF’s) podem ser definidos como técnicas alternativas de uso da terra, que implicam na combinação de espécies florestais com culturas agrícolas, atividades pecuárias ou ambas. Essas combinações podem ser simultâneas ou escalonadas no tempo e espaço e de caráter temporário ou permanente.

Estes podem envolver uma cultura econômica (como o citros, por exemplo), mais espécies florestais nativas (ou introduzidas). Tem-se em mente que os mesmos, dados as suas características de adaptação, equilíbrio, eficiência produtiva e viabilidade econômica; poderiam ser incluído em propostas de políticas públicas que viessem a ajudar na sua consolidação, permitindo especialmente a melhoria de seu desempenho nos indicadores econômicos e apoiando sua ampliação com a agregação de novos produtores.

2. Incidência de Pragas no SAF’s

Estudos mostram que o desenvolvimento de pragas agrícolas em sistemas agroflorestais pode ser influenciado pela combinação que é feita no sistema, visto que, há uma tendência de existirem maiores populações de herbívoros quando existe uma combinação entre plantas perenes e anuais comparadas aos sistemas de cultivos mistos compostos somente de plantas perenes. Nos quais, segundo alguns estudos, em termos de crescimento populacional de pragas, mais importante a disponibilidade de alimentos para elas do que a atuação de seus inimigos naturais ao seu controle. Assim, pode-se esperar que os níveis de infestação das pragas tendessem a ser menores em sistemas agroflorestais (SAF’s) quando comparadas aos sistemas não diversificados, desde que, neles não se introduzam culturas anuais.

Espécies florestais componentes dos SAF’s são atacadas por um largo espectro de insetos em todos os estágios de seu crescimento exatamente como as lavouras anuais e perenes. No entanto, o manejo de insetos nos SAF’s não tem recebido tanta atenção, porém tem se dado ênfase recentemente na produção de produtos arbóreos de alto valor e no uso de germoplasma melhorado em sistemas tradicionais, pois a ocorrência de sérios problemasem alguns SAF’s promissores tem aumentado a consciência nos riscos ofertados pelos insetos.

Acrescenta-se ainda, que os insetos podem atacar uma ou mais espécies dentro de um sistema e através dos sistemas na paisagem, assim que as estratégias de manejo de pragas devem depender da natureza do inseto e do valor da magnitude de seus danos. Embora exista uma grande diversidade de plantas nos SAF’s é esperado um aumento de artrópodes benéficos, mas a diversidade por ela mesma pode não reduzir as pragas. A informação sobre a biologia e a ecologia dos insetos herbívoros das espécies florestais é essencial para determinar seu status de praga.

Vale lembrar, que mudanças no microclima em que árvores e plantios agrícolas são cultivados juntos influenciam a atividade dos insetos dentro do sistema. Uma mudança na configuração de uma área resultante da interação de espécies florestais e plantações agrícolas, ou vice-versa, podem afetar a colonização das plantas pelos insetos pragas. Esse efeito mascarado dos odores liberados por diferentes espécies de plantas em sistemas de policultura tais como aqueles dos sistemas agroflorestais, interfere na habilidade de orientação dos insetos. Ás espécies florestais colocadas junto com lavouras em campos de SAF’s agem como barreiras físicas ao movimento dos insetos, do campo ou dentro dele. Um efeito de barreira pode também resultar da presença de plantas não-hospedeiras entre as plantas hospedeiras.

Acrescenta-se que os componentes do sistema atuam protegendo herbívoros e inimigos naturais e que ás práticas agroflorestais auxiliam o estabelecimento de inimigos naturais dos insetos pragas. Sendo recomendado cuidado ao introduzir plantas exóticas em sistemas agroflorestais. Regular e prolongar o monitoramento das populações de insetos chaves e de seus inimigos naturais sobre diferentes situações de manejo junto com parâmetros sazonais do tempo ajudarão a determinar as circunstâncias que favorecem o aumento das pragas. Essa informação é extremamente útil para fazer exame de medidas preventivas do ataque de insetos. Ao introduzir uma nova espécie florestal é essencial coletar informações detalhadas sobre as pragas endêmicas e seus inimigos naturais.

Ao levar em consideração fundamentalmente aspectos econômicos, ás características e o comportamento das espécies, bem como a conservação do solo e a dinâmica de nutrientes no sistema, não são levados em consideração no momento de planejar e manejar os arranjos agroflorestais, com consequente desenvolvimento lento e irregular das espécies e desequilíbrios nas populações de insetos e microorganismos entomopatogênicos.

3. Importância dos Sistemas Agroflorestais na Amazônia

Atualmente o mundo se preocupa com a sustentabilidade e preconiza como alternativa viável para atingir o desenvolvimento sustentável, os sistemas agroflorestais. Desta forma os SAF’s passaram a fazer parte de diretrizes centrais de desenvolvimento rural sustentável pelo potencial de serem implantados em áreas já degradadas, reincorporando-as ao processo produtivo e minimizando, assim, o desmatamento sobre florestas primárias.

Além de se constituírem em uma opção estratégica para pequenos produtores por causa da baixa demanda de insumos, ao maior rendimento líquido por unidade de área em comparação com sistemas convencionais de produção e por fornecerem inúmeros serviços sócio-ambientais. Esses serviços podem ser valorizados e convertidos em créditos ambientais, propiciando agregação de valor à propriedade agrícola. Os sistemas agroflorestais praticados na Amazônia vêm sendo vistos pelos agricultores como uma fonte de renda de médio a longo prazo, dependendo da qualidade da cultura que está sendo empregada. Os SAF’s preenchem, portanto, um papel importante na luta contra a pobreza nos meios rurais.

Estima-se que recentemente 62% das áreas desmatadas na Amazônia foram destinadas a empreendimentos agropecuários, onde foram implantados cerca de 25 milhões de hectares de pastagens. Desse total, calcula-se que a metade está degradada ou em processo de degradação. Dessa forma, os sistemas agroflorestais oferecem alternativas menos impactantes e podem auxiliar na reversão de processos de degradação, contribuindo para o aumento da diversidade animal e vegetal, além de satisfazer necessidades elementares e melhorar ás condições de vida das populações rurais da região.

Grande parte da região amazônica não possui características fisiográficas e edafoclimáticas ideais para a prática agrícola convencional. Monoculturas extensivas e grandes projetos pecuários, em geral impactantes ao meio natural amazônico, também não estão ao alcance da unidade familiar típica amazônida. Na tentativa de reverter esse cenário buscam-se alternativas e novas pesquisas que contribuam significativamente para o desenvolvimento sustentável dessa região, com custos sociais, econômicos e ambientais mínimos.

Quanto a observação de pragas em sistemas agroflorestais para região, RODRIGUES (2005) em trabalho no estado do Acre, observou que, de um total de 170 agricultores entrevistados, 17 possuíam mais de 15 espécies introduzidas nos seus SAF’s, das quais nenhuma citou a ocorrência de pragas, doenças e desenvolvimento insatisfatório das culturas como sendo problemas enfrentados em seus plantios.

Estudos no estado do Pará, onde foi avaliada a infestação da cochonilha Ortézia, Orthezia praelonga (Hemiptera: Aleyrodidade), em sistema de plantio de citros convencional comparado ao agroflorestal envolvendo citros e plantas de Teca (Tectona grandis). Para todas as avaliações foram observadas maiores infestações de cochonilha em sistema convencional, quando comparado ao agroflorestal. Para o mesmo estudo, resultados contrários foram obtidos para a mosca-negra-dos-citros, Alurocanthus woglumi (Hemiptera: Aleyrodidade). Diferentemente dos resultados obtidos para a ortézia, o sistema agroflorestal foi mais infestado que o convencional, principalmente por oferecer uma maior proteção contras às chuvas, que atua como um importante agente de mortalidade natural da mosca-negra (SILVA et al. 2011).

Há pouca informação disponível sobre insetos pragas em diferentes sistemas agroflorestais. Os efeitos das interações entre os insetos nos componentes do sistema precisam ser mais bem estudados.

Por: Prof. Dr. Anderson Gonçalves da Silva, Docente UFRA e Coordenador do GEMIP.

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